Debate com as Equipes de Saúde da UBS Forquilhas de São José no mês de Outubro "Outubro Rosa" com esclarecimentos sobre o Câncer de Mama, estratégias para detecção precoce, exames de imagem, auto-exame.
Blog dedicado à saúde da mulher. Informação e atualidades da saúde feminina em linguagem clara e acessível.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
TOXOPLASMOSE
Vou postando assuntos que considero relevantes e que apresentam-se como desafios diários para o obstetra. Como há várias dúvidas sobre esse importante tema, espero assim melhor informar as gestantes. Especial atenção deverá ser dada no final deste assunto: Medidas de Prevenção.
Toxoplasmose
A toxoplasmose
é uma zoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii ,
um parasita
intracelular obrigatório. A infecção possui distribuição geográfica mundial e
alta
prevalência sorológica. No entanto, 90% das infecções são assintomáticas e os
casos
de doença
clínica são menos frequentes. Todavia, o grande impacto sanitário da
toxoplasmose
humana é o
acometimento fetal, durante a gestação, cujas repercussões clínicas são
extremamente
graves com quadros principalmente neurológicos e oculares.
A mãe, ao
infectar-se pela primeira vez durante a gestação, pode apresentar uma
parasitemia
temporária e
infectar o feto, com danos de diferentes graus de gravidade, dependendo da
virulência da
cepa do parasita, da capacidade da resposta imune da mãe e do período
gestacional em
que a mulher se encontra.
Ciclo
Biológico
Felinos
jovens, não imunes, infectam-se por meio da ingestão de presas contendo
cistos
teciduais ou ao ingerirem oocistos esporulados de ambientes contaminados. São
considerados
hospedeiros definitivos ou completos, pois, em seu epitélio intestinal ocorre
o ciclo
sexuado do parasita, com a eliminação de milhões de oocistos nas fezes que
contaminam o
meio ambiente.
Transmissão
A infecção
pelo T. gondii pode ocorrer por três vias principais:
Fecal-oral:
ingestão de oocistos eliminados nas fezes de gatos, presentes na água
contaminada,
no solo, areia, frutas e verduras. Os oocistos podem ser disseminados pelo
ambiente por
meio de baratas, moscas e formigas. Cães com hábito de se esfregar em fezes
de gatos podem
ter seus pelos contaminados com oocistos;
Carnivorismo:
pelo consumo de carnes e produtos de origem animal (principalmente de
suínos,
caprinos e ovinos) crus ou mal cozidos contendo cistos teciduais;
Transplacentária:
via circulação materno-fetal, com a passagem de taquizoítas presentes,
em grande
número, na circulação materna durante a fase aguda da infecção.
Aspectos
Clínicos
As
manifestações clínicas mais comuns são a linfadenopatia (mais comumente, um
único nódulo
cervical posterior aumentado) e a astenia sem
febre. A linfadenopatia pode ocasionalmente vir
acompanhada de
febre, mal-estar, cefaleia, astenia, mialgia, exantema máculo-papular,
odinofagia e
hepatoesplenomegalia. Estes sintomas geralmente duram algumas semanas,
porém, a
adenomegalia e hepatoesplenomegalia podem durar meses.
Devido à
semelhança dos sintomas, deve ser realizado o diagnóstico diferencial com a
mononucleose
infecciosa e com a citomegalovirose.
Vários estudos
demonstraram que o risco de infecção fetal aumenta com a idade gestacional,
porém, a
gravidade das sequelas diminui com ela, sendo as formas subclínicas neonatais
próprias da
infecção no terceiro trimestre da gestação.
Portanto, a gravidade é inversamente
proporcional
ao tempo de gestação e a facilidade de transmissão é diretamente proporcional
ao
mesmo tempo.
Alguns autores
consideram que o período gestacional mais crítico ocorre entre a 10ª e 26ª
semanas,
momento em que a placenta já é grande para se infectar e, ao mesmo tempo, o
feto é imaturo
e pode sofrer danos importantes.
Patogenia da
toxoplasmose congênita
Como resultado
da infecção intrauterina, a toxoplasmose neonatal varia em severidade no
quadro clínico
apresentado, do assintomático ao fatal.
Na maioria das
vezes, no momento do nascimento, as infecções congênitas são
assintomáticas,
porém, podem apresentar sequelas que se manifestam em algum momento
da vida,
principalmente complicações oculares e do sistema nervoso central. Muitos casos
de
retinocoroidite têm como causa a toxoplasmose congênita.
Diagnóstico
materno
Assim como em
adultos imunocompetentes, mulheres grávidas são frequentemente
assintomáticas
ou apresentam sintomas leves, tornando o diagnóstico clínico difícil,
fazendo com
que os exames laboratoriais sejam importantes para o diagnóstico definitivo
da infecção
materna.
A determinação
do período em que a infecção ocorreu na gestante é importante pois a
infecção antes
da concepção apresenta baixo risco de transmissão para o feto, ao contrário
do que ocorre
quando a primoinfecção ocorre durante a gravidez.
Diagnóstico
clínico: é pouco fidedigno, pois os sintomas, quando referidos, são
inespecíficos
e semelhantes a um quadro gripal. A linfadenomegalia e a febre são as queixas
mais
frequentes e podem estar acompanhadas de cefaleia, coriza, mialgia e astenia.
Cerca
de 80 a 90%
dos casos são assintomáticos , o que torna o diagnóstico basicamente
sorológico.
Diagnóstico
laboratorial: os métodos indiretos, baseados na pesquisa de anticorpos
específicos
anti-T. gondii, são os mais utilizados para o diagnóstico da toxoplasmose. As
curvas de
ascensão e queda de títulos dos anticorpos específicos de diferentes isotipos
(IgM, IgA, IgE
e, principalmente, IgG) obedecem ritmos diversos e refletem a evolução da
infecção.
Anticorpos
específicos da classe IgM positivam-se em 5 a 14 dias após a infecção, ainda na
vigência da
parasitemia observada nas primeiras semanas da primoinfecção, atingem níveis
elevados em um
mês e podem permanecer positivos por 18 meses ou mais. Anticorpos
específicos da
classe IgG aparecem dentro de uma a duas semanas, atingem o pico máximo cerca
de dois meses
após a infecção, declinam cinco a seis meses depois e podem ser detectados pelo
resto da
vida.
A presença de
anticorpos IgG específicos indica que a infecção ocorreu, mas não distingue
infecção
recente de uma infecção adquirida há mais tempo ou infecção latente. A obtenção
de IgG
reagente e IgM não reagente indica uma infecção há pelo menos seis meses.
A detecção de
anticorpos IgM específicos para T. gondii era usada para determinar a infecção
aguda;
entretanto, devido ao aumento da sensibilidade dos métodos de diagnóstico
atualmente
disponíveis, a interpretação de resultados com IgM reagente tornou-se
complicada,
pois esses anticorpos podem ser detectados por um período maior que 18
meses após a
infecção, sendo denominados anticorpos IgM residuais.
Diagnóstico
Resultados de
IgM reagentes devem ser interpretados cuidadosamente e confirmados, por
meio de testes
sorológicos com amostras pareadas, coletadas com intervalo de 15 dias,
para determinação
da curva de ascensão dos títulos de anticorpos, principalmente de IgG,
ou por meio de
testes específicos como o de avidez de anticorpos IgG.
O teste de
avidez de anticorpos IgG baseia-se na maior força das ligações iônicas entre
antígeno
e anticorpo nas infecções antigas, quando
comparadas com infecções recentes. Em
qualquer
resposta imunológica primária, os anticorpos
desencadeados por um estímulo antigênico,
inicialmente,
apresentam baixa avidez. À medida que a resposta imunológica ocorre, os
anticorpos da
classe IgG apresentam avidez cada vez maior. Este teste é de grande valor na
diferenciação
de infecção crônica (ocorrida há mais de quatro meses), na qual se apresenta
elevada, da
infecção recente (ocorrida há menos de quatro meses), cuja avidez apresenta-se
baixa.
Para o
diagnóstico em gestantes, o método de avidez de anticorpos IgG é muito útil
quando usado
no início da gestação (até 16 semanas de gestação), pois um resultado de
alta avidez no
segundo ou terceiro trimestre não descarta infecção adquirida no primeiro
trimestre.
Valores intermediários devem ser analisados com cautela e, em casos duvidosos,
deve-se tratar
a gestante. Assim, o teste de avidez de IgG é recomendado para mulheres
que realizam a
primeira sorologia antes de 16 semanas de gestação e apresentarem IgM
reagente.
Como as
gestantes soronegativas são suscetíveis à primoinfecção pelo T. gondii, é
necessário
o
acompanhamento sorológico periódico até o momento do parto a fim de detectar a
soroconversão
materna. Com esta estratégia, pode-se detectar a mudança para o estado
de
sororreatividade que proporciona uma informação segura da infecção e do período
de
aquisição e,
portanto, confirma se o neonato pode ser considerado de risco.
Diagnóstico
Fetal
Embora alguns
questionamentos tenham sido levantados nos últimos anos, a respeito
do tratamento
profilático da toxoplasmose para a prevenção da transmissão para o feto
com a
utilização da espiramicina, parece não haver dúvidas de que o tratamento dos
fetos
infectados com a associação de sulfadiazina e pirimetamina é capaz de diminuir
a
incidência de
sequelas nessas crianças. No entanto, segundo alguns autores, devido aos
efeitos
nocivos do uso contínuo, tais drogas deveriam
ser utilizadas somente em gestantes com
diagnóstico fetal
comprovado.
Avanços
recentes no conhecimento do genoma do T. gondii tornaram possível a utilização
da reação em
cadeia da polimerase (PCR) para amplificação do ácido nucleico do T. gondii
e assim,
possibilitar a detecção do parasita, mesmo quando presente em baixos níveis de
parasitismo. Por ser rápida e simples, a técnica de PCR
pode ser realizada no líquido amniótico.
A
ultrassonografia mensal é recomendada para todas as gestantes com diagnóstico
suspeito
ou confirmado
de toxoplasmose aguda. Os achados ultrassonográficos são sugestivos, mas
não confirmam
a toxoplasmose congênita, e incluem dilatação ventricular uni ou bilateral,
ascite,
calcificações intracranianas ou intra-hepáticas, hepatomegalia e
esplenomegalia.
Assim, na
impossibilidade de realização do diagnóstico fetal, deve-se fazer o tratamento
com
pirimetamina e sulfadiazina a partir da 18a semana de gestação, pois a
toxoplasmose
congênita pode
causar danos graves ao feto.
Tratamento
materno
As drogas mais
utilizadas no tratamento da toxoplasmose são:
Espiramicina:
é indicada no primeiro trimestre da gestação para o tratamento de gestantes
com infecção
aguda, devido ao fato de não atravessar a barreira placentária e, portanto,
não oferecer
risco iatrogênico para o feto.
Esquema
tríplice: a combinação de sulfadiazina e pirimetamina, associada ao ácido
folínico,
é indicada
para gestantes de idade gestacional superior a 18 semanas. Esta associação deve
ser evitada no
primeiro trimestre da gravidez, devido ao efeito potencialmente teratogênico
da
pirimetamina.
Profilaxia
A profilaxia
deve ser baseada em medidas que reduzam ao máximo o risco de transmissão
da doença,
tendo em vista as três formas do T. gondii relacionadas com a transmissão:
taquizoítas
que podem ser transmitidos congenitamente, por via transplacentária, por
transfusões de
sangue, transplantes de orgãos, acidentes em laboratórios e ingestão de
leite de
cabra; cistos de T. gondii presentes em carnes cruas ou mal cozidas; e oocistos
presentes no
solo, nos vegetais, nos tanques de areia, podendo ser disseminados pelo
ambiente por
hospedeiros transportadores, como moscas, baratas, minhocas e pelo de
cães que se
esfregam em fezes de gato.
A transmissão devido à ingestão de cistos depende
da frequência de ingestão da carne crua ou
mal cozida.
Frenkel (2002) destaca que a eliminação de cistos presentes na carne pode ser
feita
por meio do
cozimento total da carne a uma temperatura acima de 66ºC. Entretanto, o
congelamento
causa uma nítida redução da viabilidade do T. gondii na carne, porém não é
suficiente
para destruir todos os microrganismos.
Os gatos são
hospedeiros fundamentais para a manutenção do ciclo do T. gondii por serem
os únicos que
apresentam todas as fases do ciclo evolutivo do parasita. Os gatos tornam-se
infectados
pela ingestão de cistos presentes em tecidos de animais infectados ou oocistos
no meio
ambiente. A infecção de gatos por meio da ingestão de cistos é muito
importante,
principalmente
para os gatos de rua ou gatos domésticos que possuam hábitos de caçar
para se
alimentar. Como esses animais defecam no solo sem seres vistos, a contaminação
dificilmente é
controlada.
No entanto, os
gatos eliminam oocistos uma única vez na vida e a excreção é limitada a
poucas
semanas. Além disso, os oocistos infectantes dificilmente ficam aderidos ao
pelo do
animal, pois
estes os removem antes deles se tornarem infectantes. Assim, ter um gato em casa
não
necessariamente fornece um risco de contrair a toxoplasmose se medidas
preventivas
forem tomadas
como não alimentá-los com carnes cruas ou mal cozidas, remover suas fezes
diariamente e
impedi-los de caçar.
A areia e o
solo contaminados por fezes de gatos infectados são importantes e duradouras
fontes de
contaminação, sendo de difícil erradicação. As moscas e as baratas também devem
ser
controladas já que têm servido como vetores experimentais de oocistos.
Medidas de prevenção da infecção por oocistos
presentes no solo, água e alimentos:
▪ Alimentar
gatos com ração ou carne bem cozida, não alimentá-los com carnes cruas
ou mal
cozidas.
▪ Cuidado na
manipulação de terra - usar luvas ou lavar bem as mãos após manipular
a terra.
▪ Lavar bem as
frutas e vegetais com água corrente, esfregando mecanicamente.
▪ Limpar,
DIARIAMENTE, as caixas sanitárias dos gatos – gestantes não devem realizar
esta tarefa.
Peça para outra pessoa retirar as fezes do animal diariamente.
▪ Controlar
moscas e baratas.
▪ Proteger as
caixas de areia em áreas de recreação infantil para que gatos não
defequem
nelas.
▪ Ingerir
apenas água tratada ou fervida.
Medidas de prevenção da infecção por cistos presentes
na carne:
▪ Ingerir
carne bem cozida (67º C por 10 minutos).
▪ Ingerir
embutidos frescais bem cozidos ou salgados (2,5% de sal por 48 horas).
▪ O
congelamento dos produtos cárneos eliminam a maioria dos cistos teciduais (-
18ºC por 7
dias).
▪ Lavar as
mãos e a superfície de preparação (tábuas e facas) após manusear carne crua.
▪ Não
experimentar carne crua.
▪ Leite de
cabra deve ser fervido ou pasteurizado antes do consumo.
▪ Realizar
monitoramento sorológico e tratamento da gestante para evitar a transmissão
e diminuir as
sequelas na criança.
▪ Ingerir
carne bem cozida (67º C por 10 minutos).
▪ Não
experimentar carne crua.
▪ Congelar
produtos cárneos (- 18º C por 7 dias).
▪ Ingerir
embutidos frescais bem cozidos .
▪ Lavar, com
água e sabão, os utensílios (faca, tábua) utilizados no preparo de carnes.
▪ Lavar bem as
frutas e verduras, esfregando em água corrente.
▪ Proteger os
alimentos de moscas e baratas.
▪ Ingerir
apenas água tratada ou fervida.
▪ Ferver e
pasteurizar leite de cabra antes do consumo.
▪ Lavar as
mãos após mexer na terra ou areia.
Se tiver gato:
▪ Não o
alimente com carne crua .
Quanto à
gestante, é importante que os testes sorológicos para pesquisa de anticorpos
específicos
anti-T. gondii sejam realizados na primeira consulta de pré-natal e, caso a
gestante não
apresente estes anticorpos, além de repetir a sorologia no segundo e terceiro
trimestre de
gestação, deve receber orientações sobre as medidas preventivas.
A efetiva
prevenção da toxoplasmose congênita consiste na prevenção da infecção durante
a gestação.
Estudo realizado na Bélgica demonstrou que a educação em saúde estava associada
a uma redução
de 63% de soroconversão materna. Em outro estudo, realizado na Polônia,
observou-se
que o conhecimento sobre os fatores de risco de infecção pelo T. gondii quase
dobrou em
quatro anos de educação em saúde.
Os países que
possuem um programa de prevenção da toxoplasmose congênita apresentam
uma baixa
prevalência da doença, confirmando a importância da prevenção da infecção
em gestantes.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
A Verdade Sobre o "Mais Médicos"
Neste momento em que os médicos brasileiros estão lutando por melhorias e indignados com medidas provisórias que ferem a autonomia dos Conselhos, não poderia deixar de me manifestar em repúdio à manobras eleitoreiras dos nossos políticos.
A Saúde precisa de ajuda e verbas, algo que sempre foi tratado com desdém em nosso País. Na tentativa de desviar a atenção de coisas importantes, assisti estupefato a nossa "Presidenta" acuada após os protestos dizendo em rede nacional que ela iria resolver o problema com o Programa Mais Médicos.
Precisamos de mais apoio e mais estrutura, programas que fixem o médico no interior para uma assistência de qualidade. Onde estão os planos a longo prazo? É assim que se faz política no Brasil, pensando somente na próxima eleição? Que país é este?
Abaixo o Fôlder com esclarecimentos que acho oportuno para que todos leiam:
A verdade sobre o "Mais Médicos"
http://portal.cfm.org.br/images/PDF/verdadesobreomaismedicos.pdf
A Saúde precisa de ajuda e verbas, algo que sempre foi tratado com desdém em nosso País. Na tentativa de desviar a atenção de coisas importantes, assisti estupefato a nossa "Presidenta" acuada após os protestos dizendo em rede nacional que ela iria resolver o problema com o Programa Mais Médicos.
Precisamos de mais apoio e mais estrutura, programas que fixem o médico no interior para uma assistência de qualidade. Onde estão os planos a longo prazo? É assim que se faz política no Brasil, pensando somente na próxima eleição? Que país é este?
Abaixo o Fôlder com esclarecimentos que acho oportuno para que todos leiam:
A verdade sobre o "Mais Médicos"
http://portal.cfm.org.br/images/PDF/verdadesobreomaismedicos.pdf
domingo, 8 de setembro de 2013
Higiene Feminina
Para iniciar, algumas explicações sobre esse importante aspecto da saúde feminina: a higiene genital. Sem querer obviamente esgotar o tema mas pensado para ser o mais abrangente possível.
A genitália feminina possui vários mecanismos de defesa contra agentes infecciosos: barreira natural da pele, muco protetor, pH vulvar e vaginal e componentes da imunidade.
O quê é flora vaginal?
A flora vaginal normal é constituída por diferentes espécies de lactobacilos formando um biofilme natural, revestindo toda a mucosa. Estes bacilos inibem a adesão, crescimento e proliferação de outros microorganismos estranhos ao meio vaginal. Os lactobacilos também produzem substâncias que são responsáveis pela manutenção do pH vaginal ácido, que inibe o crescimento de outros agentes patógenos. O ecossistema vaginal é dinâmico, podendo sofrer alterações de quantidade e composição na dependência de fatores intrínsecos da mulher.
Por isso dizemos para as clientes para não introduzirem água e/ou outros produtos no interior da vagina (duchas vaginais), para não alterar o pH vaginal e o equilíbrio dado pelos lactobacilos.
Vulvites
Em geral, os produtos utilizados na higiene genital são testados dermatologicamente; portanto, só terão capacidade irritativa, se usados inadequadamente (excessivamente) ou se existirem fatores inerentes à paciente que tornem sua pele muito “sensível”, como, por exemplo, no caso de pacientes atópicas, por diminuição da função de barreira da pele.
O banho ou a higienização anogenital feminina permite que a mulher faça a remoção de resíduos e secreções acumulados nessa região, que em condições normais, não seriam removidos somente com o uso exclusivo de água. Contudo, o uso de produtos com muita detergência pode remover excessivamente a camada lipídica que protege a pele, dessa forma promovendo ressecamento vulvar com desencadeamento de prurido.
Existem no mercado vários produtos de limpeza, sendo os mais indicados os sabonetes líquidos íntimos. Os específicos para a higiene da genitália feminina são recomendados apenas para uso na genitália externa e não são indicados para tratar infecções ou inflamações genitais. Recomendam-se produtos hipoalergênicos e que proporcionam detergência suave.
Vulvovaginites
Na vigência do quadro, as clientes devem procurar tratamentos específicos com seus ginecologistas. A higiene genital pode ser uma necessidade paliativa, mas não deve ser encarada como tratamento.
Pós-Depilação
Levando-se em conta a maior possibilidade do aparecimento de foliculites, ressecamento e irritação da pele, recomenda-se o uso de substâncias antissépticas e anti-inflamatórias naturais (água boricada, infusões de camomila e malva, etc) nas primeiras 24 horas.
Recomendações que espero possam ser úteis. Aguardem outros posts!
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Endometriose
Dúvidas sobre endometriose? Nesta nova cartilha da Febrasgo, de forma simples e em linguagem acessível a todos, informações sobre a doença, sintomas, tratamento.
Acesse o link abaixo:
http://febrasgo.org.br/site/cartilha-febrasgo-endo.pdf
Boa Leitura.
Acesse o link abaixo:
http://febrasgo.org.br/site/cartilha-febrasgo-endo.pdf
Boa Leitura.
sábado, 31 de agosto de 2013
Aleitamento Materno
Os benefícios do aleitamento materno são indiscutíveis. Algumas orientações e informações a respeito deste tema tão importante na saúde pública seguem abaixo:
Benefícios para a mulher:
Menor sangramento pós- parto e, consequentemente, menor incidência de anemias.
Recuperação mais rápida do peso pré- gestacional.
Menor prevalência de câncer de mama, ovário e endométrio.
Menos fraturas ósseas por osteoporose.
Benefícios para a criança:
Crianças amamentadas ao peito apresentam menores índices de:
Alergias em geral, asma brônquica, colite ulcerativa, dermatite atópica, desnutrição, diabetes mellitus, diarréias, doença celíaca e de Crohn, enterocolite necrosante, gastrite, otites, entre outras.
Crianças amamentadas ao peito apresentam melhores índices de:
Acuidade visual, desenvolvimento cognitivo e neuromotor, desenvolvimento social, quociente intelectual.
Duração do Aleitamento Materno Exclusivo:
A Organização Mundial de Saúde preconiza o aleitamento materno exclusivo por 6 meses.
Amamentação sob livre demanda, sem horário estabelecido.Sabe-se hoje que a amamentação por livre demanda mantém os níveis de Prolactina e ocitocina (hormônios essenciais para a produção e ejeção do leite) mais constantes.
Por quanto tempo deve-se amamentar?
Exclusivamente com leite materno por 6 meses e após introduzir outros alimentos, até os 2 anos.
Quanto tempo demora para descer o leite?
A descida do leite pode demora de 48 a 72 horas após o parto normal ou cesariana. Importante ressaltar que durante esse período as mamas já secretam o colostro, importante para o recém- nato por ser fonte de proteínas e anticorpos.
Técnicas em Aleitamento
Posicionamento
O fundamental é que ambos estejam confortáveis e relaxados.
Posição correta da criança:
O corpo e a cabeça devem estar alinhados, de modo que a criança não necessite virar a cabeça para pegar a mama.
O corpo do bebê deve estar encostado ao da mãe ( abdome da criança em frente ao abdome da mãe).
Seu queixo deve estar tocando o peito da mãe.
A criança deve ser apoiada pelo braço da mãe, que envolve a cabeça, o pescoço e a parte superior do seu tronco.
Pega
Para que haja sucção efetiva, a criança deve abocanhar não só o mamilo, mas principalmente toda ou a maior parte da aréola. Esta pega correta proporciona a formação de um grande e longo bico que toca o palato, iniciando assim o processo de sucção. Os ductos lactíferos terminais, situados embaixo da aréola, são assim pressionados pela língua contra o palato, iniciando- se a saída do leite, ajudada pelo reflexo de ejeção mediada pelo hormônio ocitocina.
Término da Mamada
O ideal é que o bebê solte o peito espontaneamente. Se isso não ocorrer, a mulher pode colocar a ponta do dedo mínimo pelo canto da boca do bebê (Figura D) para romper o vácuo e a criança soltar o peito sem machucar o mamilo.
Espero que estas orientações tenham sido úteis. O importante é que as mães sejam confiantes em prover a adequada nutrição aos lactentes, para isso o médico e a equipe de saúde estão preparados para auxiliar e orientar.
Adaptado de Manual de Aleitamento Materno - 2010 FEBRASGO
sábado, 24 de agosto de 2013
A Carreira em Ginecologia
A Carreira em Ginecologia
Ginecologia
Habilitação:
Ginecologista
Duração da Especialização:
3 anos
Área:
Biológicas
Atributos do Profissional:
Responsabilidade, Habilidade
Ginecologia é a especialização da medicina que cuida do diagnóstico e tratamento da saúde da mulher, desde a infância até a terceira idade.
É função básica do ginecologista ( médico especializado em ginecologia ) cuidar e prevenir todo tipo de doença do sistema reprodutor feminino e tratar todo tipo de doença relacionada a vagina, útero e ovários.
Além de tratar as doenças da mulher, também cabe ao profissional de ginecologia trabalhar na prevenção realizando exames tais como o Papanicolau ( exame que identifica câncer de colo de útero), Mamografia ( exame que detecta câncer e nódulos nas mamas ) e exames ginecológicos gerais.
Em alguns países, entre eles o Brasil e Portugal também, os profissionais de ginecologia podem atuar também como obstetras.
Obstetrícia, no caso, é a especialização da medicina que estuda a reprodução da mulher, acompanhando desde a confirmação da gravidez, exames pré natais
(exames feitos com o bebê ainda na barriga da mãe ) e principalmente parto.
Além de cuidar das doenças relativas aos orgãos reprodutores femininos e de acompanhar a gestação de crianças, o profissional de ginecologia também pode atuar como um clínico geral da mulher, diagnosticando e fazendo exames relativos a outros sistemas, tais como coração, aparelho digestivo e pulmões.
É importante também que o profissional de ginecologia esteja preparado para aplicar algumas técnicas de psicologia básica, já que muitas vezes as mulheres trazem para o consultório problemas que não tem ligação nenhuma com a consulta.
Habilitação:
Ginecologista
Duração da Especialização:
3 anos
Área:
Biológicas
Atributos do Profissional:
Responsabilidade, Habilidade
Ginecologista
Duração da Especialização:
3 anos
Área:
Biológicas
Atributos do Profissional:
Responsabilidade, Habilidade
Grade Básica da Especialização em Ginecologia
- Exame Físico
- Fisiologia do sistema reprodutor feminino
- Psicologia Básica
- Técnicas de Exame Pré-natal
- Ultrassonografia
- Técnicas de exame de ginecologia
- Anatomia do sistema reprodutor feminino
- Patologia Feminina ( estudo das doenças da mulher )
- Patologia Fetal ( estudo das doenças do feto )
- Semiologia e Diagnóstico Geral
História da Ginecologia
A ginecologia, assim como a cardiologia e neurocirurgia é considerada uma das especializações modernas da medicina.
Antes do surgimento da ginecologia e obstetrícia, as doenças de mama e do sistema reprodutório feminino eram de um modo geral negligenciadas
(causando muitas mortes ) e os partos eram feitos por profissionais práticas denominadas parteiras ou então feitos espontâneamente ( sem a ajuda de ninguém ).
Embora alguns procedimentos de ginecologia, tais como a cesariana ( operação de retirada da criança através de um corte na barriga da mãe ) fossem conhecidos desde a época do Império Romano, a ginecologia como especialização da medicina e também ciência, surgiu somente no século XIX.
Os principais motivos que levaram a evolução da ginecologia foram o crescimento das cidades após a revolução industrial ( com o progresso urbano, começaram a surgir hospitais melhores e saúde pública ), a descoberta da anestesia ( que veio para tornar o parto e cesariana menos dolorosos ) e também a descoberta do conceito da anti-sepsia ( cuidados médicos com limpeza e bactérias ).
Hoje em dia, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, praticamente 100% dos partos das mulheres são realizados usando técnicas de ginecologia ou então cesariana. O trabalho de parteiras e profissionais semelhantes, está restrito a áreas isoladas ou então áreas de cultura tradicional tais como tribos de índios.
Apesar de muitas mulheres optarem por fazer a cesariana com medo das dores do parto, hoje em dia é consenso entre os profissionais de ginecologia que o melhor método de parto é o natural. O Brasil tem um dos maiores índices de cesarianas do mundo, mas essa número vem melhorando devido a campanha de esclarecimento que os ginecologistas vem fazendo e também devido ao maior esclarecimento das mulheres.
A Formação do Ginecologista
Para ser um Médico Ginecologista, primeiro é necessário ter se graduado no Curso de Medicina. Assim que o curso de medicina for concluido o novo médico pode então iniciar sua especialização em ginecologia.
Há dois caminhos para se realizar a especialização em ginecologia:
- Especialização Prática em Ginecologia: Com duração média de 3 anos, esta especialização em ginecologia pode ser feita em hospitais e instituições credenciadas ( deste modo a ginecologia é ensinada em modo de residência médica ).
- Especialização em Ginecologia por Meio de Curso: Além de hospitais, pode-se também fazer um curso propriamente dito de ginecologia ( em geral também dura 3 anos ), para que um curso de ginecologia e obstetrícia tenha o seu diploma reconhecido, ele deve ser aprovado tanto pelo MEC, quanto pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia ( FEBRASGO ).
A ginecologia é uma área de atualização e evolução rápida, é importante que o profissional se atualize sempre, seja por meio de cursos, palestras ou então workshops. Lembre-se quanto mais especializado for o ginecologista, mais valorizado ele será na profissão ( maiores salários e melhores cargos ).
Carreira em Ginecologia: Aspectos Favoráveis
Apesar da quantidade de filhos por mulher ter caido pela metade desde os anos 70, sempre vão haver novos bebês nascendo, o que torna o mercado de trabalho pra profissionais especializados de ginecologia bastante amplo e estável.
O ginecologista pode ocupar vagas tanto dentro de hospitais públicos, dentro de hospitais particulares e também em maternidades.
Com o aumento da classe média e também da circulação da informação, cada vez mais mulheres estão se preocupando em fazer exames de pré-natal e ultrassom, o que torna o mercado de medicina fetal da ginecologia também bastante promissor.
Além da medicina fetal, o mercado de trabalho para a sub-especialização da ginecologia de reprodução humana também tem crescido, com o aumento da procura por métodos de fertilização artificial pelos casais que não podem ter filhos de modo natural.
Carreira em Ginecologia: Aspectos Desfavoráveis
A ginecologia é uma carreira que envolve muita responsabilidade e pode mexer muito com o lado emocional dos pacientes. É preciso estar preparado para enfrentar todo tipo de situação e saber dar apoio psicológico. Muitas vezes essa atribuição “extra” do profissional de ginecologia pode deixa-lo estressado.
Fonte: www.guiadacarreira.com.br (texto adaptado)
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Aplicativo Hora da Pílula
Conheça o novo aplicativo para iPhone Hora da Pílula! Baixe gratuitamente na App Store e no Google Play. Siga o passo a passo de como configurar e utilizar.
1) Toque no ícone para abrir o aplicativo
2) Clique na aba “Configuração” ou no botão “Mudar Configuração”.
3) Nesta tela, você pode configurar o horário do lembrete, posologia e dia do ciclo.
4) Clique em “Horário do lembrete”
5) Defina o horário de sua preferência e em seguida, toque em “Salvar novo horário”
6) Clique em “Posologia atual”
7) Escolha a posologia, clicando em 21, 24 ou 28 pílulas.
8) Clique em “Dia do ciclo”
9) Escolha o dia atual do ciclo e clique em “Salvar posição de ciclo”
10) Ative o lembrete, arrastando o botão para a direita.
11) Pronto! O Hora da Pílula está configurado para o uso.
Utilização do aplicativo
Toque no ícone para abrir o aplicativo
A página “Calendário” mostrará em que dia você terá de tomar sua próxima pílula, conforme configuração.
A página “Calendário” mostrará em que dia você terá de tomar sua próxima pílula, conforme configuração.
Em “Cartela”, você acompanha quantas pílulas já foram tomadas de sua cartela atual.
Em “Configuração”, você determina o horário (hora em que deseja ser alertada diariamente), posologia (21, 24 ou 28 pílulas) e o dia do ciclo.
Após fazer as configurações e ativar o lembrete, o app começará a emigir sinais de aviso como na figura abaixo. Clique em“Abrir”.
Em seguida, clique no botão “Eu tomei a minha pílula”. O aplicativo mostrará se você está tomando as pílulas no horário correto e quantas ainda faltam na sua cartela.
Em seguida, clique no botão “Eu tomei a minha pílula”. O aplicativo mostrará se você está tomando as pílulas no horário correto e quantas ainda faltam na sua cartela.
Caso precise mudar alguma configuração, é só clicar no botão “Reiniciar”. As informações até então marcadas serão apagadas e você reiniciará do zero a configuração.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Gestantes e Viagens de Avião
Muitas clientes me perguntam sobre viagens de avião, quando podem viajar, até quando, etc. Então aí vão algumas dicas sobre esse assunto. No aeroporto de Florianópolis, as principais companhias aéreas são:
TAM
Para garantir a saúde e bem-estar da mãe e do bebê, a política abaixo deve ser seguida para embarque de gestantes:
|
Gestantes sem complicações médicas com até 27 semanas de gestação podem viajar sem a necessidade de apresentar atestado médico. Gestantes sem complicações médicas entre 28 e 36 semanas incompletas de gestação única podem viajar desde que apresentem no momento do check-in atestado médico informando que a paciente está apta para efetuar viagem aérea, a estimativa da data de nascimento do bebê e especificando origem, destino, datas de saída e chegada dos vôos e tempo máximo de voo permitido. Gestantes sem complicações médicas entre 28 e 32 semanas incompletas de gestação múltipla podem viajar desde que apresentem no momento do check-in atestado médico informando que a paciente está apta para efetuar viagem aérea, a estimativa da data de nascimento dos bebês e especificando origem, destino, datas de saída e chegada dos vôos e tempo máximo de voo permitido. Gestantes sem complicações médicas acima de 36 semanas de gestação única ou Gestantes sem complicações médicas acima de 32 semanas de gestação múltipla ou Gestantes com complicações médicas em qualquer idade gestacional deverão:
Durante os 7 (sete) dias que antecedem o parto de acordo com a previsão do obstetra, não é permito realizar viagem aérea. Após o nascimento, o embarque da mãe e do filho só será permitido após o 8º dia mediante apresentação de atestado médico informando que ambos estão aptos para efetuar viagem aérea. |
GOL
Grávidas
Se você estiver grávida ou for acompanhar uma gestante, vá ao balcão da GOL no aeroporto de origem e peça pelo atendimento preferencial. É importante lembrar que se a gravidez for de até 27 semanas ou 25 semanas (no caso de gêmeos), não é necessário apresentar nenhum atestado médico para viajar.
28 a 36 semanas
Neste caso, a gestante deverá preencher a Declaração de Responsabilidade, fornecida pela GOL, e apresentar um atestado médico que autorize a viagem aérea. Para adiantar a viagem, ela pode fazer o Check-in Inteligente pelo site ou nos totens de autoatendimento, desde que se identifique a um atendente GOL antes do embarque para o preenchimento da declaração.
Gestantes início da 37ª semana até o término da 39ª semana
Preencher a Declaração de Responsabilidade (entregue no momento do check-in). A gestante e o médico responsável devem assinar a Declaração de Responsabilidade. O médico responsável deve acompanhar a gestante durante o voo.
Acima de 40 semanas
Não é permitido o embarque da cliente gestante, a não ser em situação de extrema necessidade e acompanhada por um médico obstetra.
AZUL
Gestantes devem se apresentar para check-in nos balcões de atendimento preferencial Azul nos aeroportos.
Veja as particularidades de cada tipo de gravidez: Gestação simples
Gestação Múltipla (gêmeos ou mais)
|
Assinar:
Postagens (Atom)